Sou talvez aquela
Sou talvez aquela
Que em noites
Tardias
De estrelas cadentes
Em pensamentos
Dormentes
Despias
A luz
Dos teus poentes
Que descia
Dos céus
E te abraçava
Em dias quentes
E não te apercebias
O mar revolto
Que te deixava
Louco
De paixão
Perdido na espuma
Da sedução
E que tanto querias
Sou talvez
O livro
Dos poemas
Das tardes
Serenas
Que não lias
A música da tua vida
Nesta alma despida
Numa partitura
De linhas de magia
Numa sentida
Loucura
E que tu adormecidas
Sou talvez eu
A mulher
Que desejavas
Que beijavas
No leito
Ancorada ao teu peito
E tu
Não sabias
Sou talvez
O teu sonho
Perfeito
Em noite escura
E tu
Insatisfeito
À procura!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal