Estranhos

 

 

Quanta vida, entre tristezas e alegrias, desilusões ou fantasias,

ter aprendido as lições em suas linhas, com algumas páginas jogadas,

outras numa gaveta do tempo, deixadas à serem repensadas, ou esquecidas

sem medo seguimos, também sem ousadia.

 

Momentos felizes não se arranca da mente, nem nada definitivamente

tem solução... é quando o voo para os sonhos, este mundo desconhecido.

Inacessíveis são os desejos alheios, entre outro, todas as decepções.

 

Recluso...

um ser fica à indagar-se nessas ilhas perdidas onde ninguém vai.

Ser, esse eterno desconhecer-se, resumindo a solidão às cegas, 

mira o horizonte, como visita; apenas pássaros, o sol e os ventos.

 

Findando a viagem, restam as marcas e quase nada do que já fomos,

retornando conosco um outro, estranho, enquanto estranhos passamos 

uns pelos outros.

 

Estranhos

 

Muito estranho somos de nós mesmos, somos tantos anseios,

desejos insatisfeitos teremos como bagagem, e as interrogações

sem respostas, nem mesmo nós sabemos o que queremos alcançar.

O percurso traçado para o próprio reencontro, nunca acontecerá.

 

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 14/12/2022
Código do texto: T7671684
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