Infinitivo

De que me adianta ter,

Se minha real necessidade é ser.

Mas, afinal de contas, ser o quê?

Ao final, muito mais fácil ter.

Me julguei possuidora

De coisas que cabiam na mão,

De lugares que cansavam os olhos.

Mas, hoje, o que sou?

Li os clássicos.

Como não encontrei respostas,

Mergulhei na dúvida.

Me restava sentir.

Sentir a brisa, o mar,

Quiçá as emoções.

Não, nada mais tenho.

Não, nada fui ou cheguei a ser.

Tudo não bastou de uma pretensão

De um pretérito perfeito.

Sim, hoje sinto

E, às vezes, até escrevo.

Fabiana Alves
Enviado por Fabiana Alves em 12/12/2022
Código do texto: T7670516
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