Perdidos na imensidão do mar
Perdidos
Na imensidão
Do mar
Num calor abrasivo
De corpos
Despidos
Ao som
Das gaivotas
Num rodopio
Que rasgam
O vazio
E acompanham
O silêncio
Do nosso olhar
Que resume
Uma cumplicidade
Emotiva
Um lume
Brando
De encanto
E felicidade
A crepitar
Vida
Adormecido
Pela quebra
Deste ondular
Que em nós dança
E leva
Para o infinito
A grandiosidade
Do sentimento
Tão bonito
E até o firmamento
Se curva
De espanto
Abre um espaço
Como que por magia
Para a despedida
Do dia
Um astro
Rendido
À nossa luminosidade
E alegria
Que faz uma vénia
E abraça
A maresia
Para nós
Nada interessa
Estamos sós
E ainda que anoiteça
E o relógio
Não se compadeça
Na sua implacável
Contagem
Crescente
Ficarei
Para sempre
Contigo
Para além
Do poente!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal