UMA POESIA (P)
Sou da areia um grão,
Um tijolo da construção,
Sou também o aço,
Arame-queimado,
Apertado com o braço.
Sou fumaça da chaminé,
Um carro parado até,
Colchão para pular,
Na luz mariposas a brincar.
Sou parede pintada de branco,
Simples e verde tamanco
Que joguei bem longe
E a chuva forte
Levou para o charco
Onde estava o grão,
Tijolo, carro, colchão,
Mariposas, braço de boneca,
Parede verde do limo
Também havia uma velha caneca
E eu fui pra bem longe dali,
Porque me deu na telha...
Sednan Moura