No Divã
Não sei quem sou/
Porque não tenho amor/
Vou pra onde os olhos me levam/
Se vejo a mulher/
Divinamente linda/
Me apaixono/
Sigo-a de perto/
Mas logo vejo outra/
De beleza superior/
Que me arrebata/
A sigo sem dizer nada/
Figuro na incerteza/
Que alugo/
Num constante dilema/
Fico num estágio/
Entre o pecado e a loucura/
São tantas/
Loiras ou morenas/
Negras ou Açucenas/
Põe a malícia nas curvas/
O desejo nos lábios/
E o veneno no corpo/
Soltas pelas ruas/
Capturam nossas forças/
Enclausuram nossas ideias/
Ascendem nossas cobiças/
Mas não encorajam nossas ações/
Onde quer que esteja/
Perdido diante da mesa/
Fico a merece qualquer dor/
Porque sem saber o que fazer/
Fico anônimo /
Ainda não encontrei você/
Nada sei dizer/
Só o meu coração fala /
Só o meu interior ouve/
E assim se faz/
O sonhador/
Procurando nas dimensões/
Da vida o que não aprendeu/
Enxergar, não a face/
Mas na essência/
A razão de amar/
Pra não ser leviano /