A chuva cai lentamente
A chuva cai
Lentamente
Com a noite
Arrasta
O silêncio
Dormente
Na janela
Do pensamento
Que me olha
Em plena
Interrogação
Cúmplice
Do sentimento
Cai serena
Goteja
Intermitente
Abre espaço
Carente
Para o poema
Ancorado
Na inspiração
E me beija
O coração
Docemente
Os meus olhos
Vagueiam
Na tua procura
Mas a escuridão
Me invade
A alma nua
Sobra apenas
A luz da paixão
A confusão
Dos dilemas
Em toda a sua
Imensidão
Resta-me escrever
Os tempos
Dos meus amores
Com o perfume de mim
Dar-te a ler
Mesmo só a ti
Que te perdi
Flores
Muitas flores
Muitas cores
Do jardim
Que semeei
E que só eu sei
O quanto
Flori!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal