A chuva cai lentamente

A chuva cai

Lentamente

Com a noite

Arrasta

O silêncio

Dormente

Na janela

Do pensamento

Que me olha

Em plena

Interrogação

Cúmplice

Do sentimento

Cai serena

Goteja

Intermitente

Abre espaço

Carente

Para o poema

Ancorado

Na inspiração

E me beija

O coração

Docemente

Os meus olhos

Vagueiam

Na tua procura

Mas a escuridão

Me invade

A alma nua

Sobra apenas

A luz da paixão

A confusão

Dos dilemas

Em toda a sua

Imensidão

Resta-me escrever

Os tempos

Dos meus amores

Com o perfume de mim

Dar-te a ler

Mesmo só a ti

Que te perdi

Flores

Muitas flores

Muitas cores

Do jardim

Que semeei

E que só eu sei

O quanto

Flori!

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 08/12/2022
Código do texto: T7667644
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