Talvez o amor venha
Talvez o amor venha
Talvez o amor venha finalmente neste Natal solitário
Num trenó apressado que rasga o firmamento do meu imaginário
Ou na rua em movimento por entre o vazio da multidão
Caminhando distraído e alheio ao frio do seu coração
Talvez o amor venha no meio das lembranças de fitas douradas
Escondido por entre as esperanças misteriosamente embrulhadas
Ou nas estradas silenciosas de brancos longínquos imaculados
Onde os nossos lábios nus se aqueçam e humedeçam em segredos colados
Talvez o amor venha com as cores garridas pela chaminé das lareiras
Atear as chamas proibidas que crepitam de latentes fogueiras
Talvez ele até ande alegre e loucamente à minha procura
Me leve no pensamento com a neve que escorrega com ternura
Eu sinto que talvez o amor já tenha vindo,só que ainda não chegou ao meu lado
Talvez esteja a caminho perdido num labirinto um pouquinho atrasado
Luísa Rafael
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Porto, Portugal