"RASGUEI MINHA ALMA" Poema de: Flávio Cavalcante
RASGUEI MINHA ALMA
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
Dilacerada, faminta e toda deformada
A impaciência, que nunca teve calma
Minha alma que agora está rasgada
Rasgada e pisoteada está minha alma
II
Apavorada, com o rasgar do meu eu empático
Trazendo à tona o princípio da mudança
Fiquei sem entender o contudo sarcástico
Sorri até a morte sem entender a esperança
III
Minha alma costurada em panos de cetim
Foi remendada na costura em pontos colchetes
Bordada pelas belas flores e os seus ramalhetes
E reguei com o amor que sempre esteve em mim
IV
Eu pequei ao rasgar os retalhos da minha alma
Fiz os recortes com a minha tesoura dourada
Decalquei o tecido no tamanho da minha palma
E costurei os remendos numa costura bordada
V
A intenção não era só a de rasgar o tecido
Era aprender com a vida bailar com o vento norte
Juntando os trapos da minha essência e fluido
Que rasgando a minha alma era sinal de muita sorte