"RASGUEI MINHA ALMA" Poema de: Flávio Cavalcante

RASGUEI MINHA ALMA

Poema de:

Flávio Cavalcante

I

Dilacerada, faminta e toda deformada

A impaciência, que nunca teve calma

Minha alma que agora está rasgada

Rasgada e pisoteada está minha alma

II

Apavorada, com o rasgar do meu eu empático

Trazendo à tona o princípio da mudança

Fiquei sem entender o contudo sarcástico

Sorri até a morte sem entender a esperança

III

Minha alma costurada em panos de cetim

Foi remendada na costura em pontos colchetes

Bordada pelas belas flores e os seus ramalhetes

E reguei com o amor que sempre esteve em mim

IV

Eu pequei ao rasgar os retalhos da minha alma

Fiz os recortes com a minha tesoura dourada

Decalquei o tecido no tamanho da minha palma

E costurei os remendos numa costura bordada

V

A intenção não era só a de rasgar o tecido

Era aprender com a vida bailar com o vento norte

Juntando os trapos da minha essência e fluido

Que rasgando a minha alma era sinal de muita sorte

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 07/12/2022
Código do texto: T7667170
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