Ao sabor do vento
Ao sabor do vento
Como é bom tocar o horizonte numa alvorada nua
Fazer a ponte com o céu ao som da madrugada pura
Sentir o poder de tirar os pés do chão e levitar na altura
Como um corpo que flutua lés a lés numa inspiração enfeitada de loucura
Deixar-me ir num balão embalado pelo vento que docemente me acaricia
Tal como na vida o coração vive aconchegado com o sentimento que me delícia
Sentir os olhos desfocados pousados na imensidão do infinito
Corpos emocionados dançam em exaltação neste véu azul tão bonito
No firmamento balançam cestos de balões de ar quente coloridos
Num movimento lento com sensações de pontuados garridos
Como ilusões e sonhos acordados que jamais pensaria vividos
E quando em viagem a visão se debruça no parapeito deste recanto de magia
E balouça por entre a nudez dos rochedos e o encanto da vida que rodopia
O meu peito enche satisfeito com a avidez dos segredos da paisagem da Turquia
Luísa Rafael
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Porto, Portugal