Cinzas matizados
Cinzas matizados
Espelho de feixes cinzentos luminosos
Entontecidas gaivotas em voos ruidosos
Mares que se esvaiem na linha do horizonte
Orvalhos lentos choram até que o sol desponte
Ventos brandos perfumados de calmaria
Suspiros calados por entre a espuma e a maresia
Dias cansados escapam nas ondas em libertação
Olhos pesados repousam no ondular da imaginação
Matizado de cores neutras apagadas
Esperas de fulgores em novas madrugadas
Horas no areal das areias contadas
Tempos de sentinelas em solidões arrastadas
E o vaivém das ondas faz brincadeiras com os movimentos dos meus pés
Que distraídos vão desenhando nas areias sentimentos entregues às marés
Luísa Rafael
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Porto, Portugal