Mulher fada
Mulher fada
Limparei as poeiras cansadas da consciência em pó depositadas
Para que se soltem alheias em irreverência das suas camadas
Que as janelas se abram ao perfume que me inunda alegremente com subtileza
E elas saiam apressadamente com o aroma desta profunda limpeza
Que os bolores sejam removidos com os seus cheiros
De amores perdidos por entre as estradas com nevoeiros
Que venham outros acolhidos em recantos limpos soalheiros
E aos poucos que a vida traga os encantos de dias faceiros
Neste Natal serei como uma fada com a varinha de condão
Num voo celestial tudo será luz brilhante por entre a escuridão
Com toda a rapidez limparei este meu desarrumado antro dos dissabores e paixão
Serei esvoaçante sem medo das dores e de tirar os pés do chão
Serei sempre o que sinto e toda a minha forma de expressão
Sujo ou limpo, Natal ou não serei eternamente a liberdade ao comando do coração
Luísa Rafael
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Porto, Portugal