Açougue dos Traídos
Peixes são tão doces e amigáveis,
Mas são facilmente atraídos para a morte
Por ter esse jeito que não consegue mudar.
Eles são capazes de viver uma vida de medos,
Esperando a hora que serão atraídos para a morte
Por aquele que acreditava ser seu amigo.
Mas mesmo com medo, eles não deixam de viver
E amar os outros; buscam uma vida de alegria
E respiram o mais doce ar do amor.
Quando traídos e levados pelo anzol
Da falta de empatia, eles se perguntam:
"O que fizeram de errado?
Será que foi por amar demais?
Será que não era para ser assim?
Ou será que eu realmente mereço
Sair desse lago e ser pendurado
No açougue dos traídos, não amados e esquecidos?"
Eu só sei que não quero ser assim,
Não quero amar demais e deixar isso me matar
Aos poucos. Peço desculpas por não saber
Esquecer o que é amar.
Que meu último mergulho seja
Para ver a face do nosso criador
E respirar por ter sido eu,
Mesmo quando o anzol me matou.