Açougue dos Traídos

Peixes são tão doces e amigáveis,

Mas são facilmente atraídos para a morte

Por ter esse jeito que não consegue mudar.

Eles são capazes de viver uma vida de medos,

Esperando a hora que serão atraídos para a morte

Por aquele que acreditava ser seu amigo.

Mas mesmo com medo, eles não deixam de viver

E amar os outros; buscam uma vida de alegria

E respiram o mais doce ar do amor.

Quando traídos e levados pelo anzol

Da falta de empatia, eles se perguntam:

"O que fizeram de errado?

Será que foi por amar demais?

Será que não era para ser assim?

Ou será que eu realmente mereço

Sair desse lago e ser pendurado

No açougue dos traídos, não amados e esquecidos?"

Eu só sei que não quero ser assim,

Não quero amar demais e deixar isso me matar

Aos poucos. Peço desculpas por não saber

Esquecer o que é amar.

Que meu último mergulho seja

Para ver a face do nosso criador

E respirar por ter sido eu,

Mesmo quando o anzol me matou.

MICHELE MONTEIRO
Enviado por MICHELE MONTEIRO em 03/12/2022
Reeditado em 05/11/2024
Código do texto: T7663884
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