Marca Registrada
Caio e quebro-me
Em mil pedaços, uma vez mais...
Partida, invariavelmente, inquieto-me...
Não posso dizer que tanto faz,
Tampouco que estou acostumada...
Embora, minha marca registrada
Seja cair e me levantar,
Sempre bem mais forte que dantes!
Quase inteira, preciso me reinventar...
Faz parte do jogo recomeçar!
Contanto que me sinta gigante,
Com tantos pedaços, sou pequenina...
E já não saiba se sou mulher ou menina!
Quase sem perspectivas, olho para cima
E, então, vejo nuvens, no céu tão distante,
Empurradas pelo vento, como se fossem nada!
Assim sou eu na longa estrada:
Empurrada pelas circunstâncias da vida!
Às vezes, seguindo adiante, às vezes caída!
Por vezes, sangrando, com aberta ferida...
Outras vezes, com a chaga quase fechada...
E muitas outras ... com a pele marcada
Por uma cicatriz invisível a olhos nus!
Mas, sempre, sempre... arrastando a cruz
Crivada com as joias de meus amores,
Mas que tem o peso das minhas dores...
Os pecados estão expostos, crus...
Banhados de sangue, lágrimas e pus,
Com um leve perfume de flores!
No fim do túnel, talvez haja uma luz...
E, no fim do arco-íris, um pote de ouro...
Ou um baú recheado de todas as cores...
Quem sabe se no fim da saga há um tesouro?
A sombra do passado sempre à espreita...
O presente no enfrentamento do caos...
O futuro à espera, na cama se deita...
Todos os tempos confundem-se
E num ponto único fundem-se,
No oceano onde bailam as naus!