Há uma Primavera de encantamento
Há uma Primavera
De encantamento
Quando fecho
O olhar sedento
Nas margens
Desta espera
De tão longa demora
Pára o tempo
Que devora
O teu e o meu
Sentimento
Engole num trago
Lento
Que queima
De amor
E o saboreia
Sem o teu tempero
E calor
Em essência
Resta-me este sossego
Desassossegado
Este grito do fado
Sufocado
Esta irreverência
Quando olho o céu
Agastado
Pelos meus pedidos
Postos de lado
Este véu
De flores
Num campo perdido
Por entre
O meu pensamento
E o sentido
Apurado
Da paixão
Num sucessivo
Chamamento
Que toca
Uma deliciosa
E desejosa
Ilusão!
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal