Espaço
Não temo o vazio.
Temo o vácuo.
No Espaço, perderia eu a pena.
Sim..., as duas.
A que tenho nas mãos...
E a que carrego no peito.
Sentir-me-ia, ...talvez..., leve como há muito não sinto.
Mas é que lá, a pedra e a pena têm o mesmo alcance.
Já aqui..., a última me permite voar...
E a primeira..., pousar.
Desculpe-me!
Não estou habituado ao amor.
Embora estejas ao meu lado..., sinto tua falta.
Tendo o real..., desejo a imagem.
Navego seguindo as correntes que me “guiam” e aprisionam.
A razão do astrolábio já não diz onde estou.
A bússola já não aponta aonde ir.
Perdido estou sobre quem sou e o que realizar.
Essa (é) a angústia de(o) existir.
Ao Espaço as conjecturas!
Guiar-me-ei não pela posição das estrelas...
Nem pelo magnetismo da Terra.
Doravante, orientar-me-á...teu olhar!
Ipatinga, 2 de dezembro de 2022.