O poeta

Não há argumentos

Contra factos, diz o mendigo

Sem factos.

Com a lua na mão e sol no bolso

Rasgado, sentia-se o dono do mundo.

Da avareza sem tristeza

Queria que Universo fosse

Parte da minha realeza,

Do rei que governa

Com a mão dura, da prosperidade

Da manga dura, farme-ei de um

Príncipe sem armadura.

Dos destroços da alma viva

Renasço a cada piscar da lua

Na ausência do sol,

Procuro o respirar na alma nua

Dos oceanos.

Ressuscito a cada por do sol

Nas vésperas do inverno,

Sangro por dentro pelas

Feridas causadas pelas

Frases do poeta.

Nasce um poeta

No sofrimento das suas frases

Morrendo a cada fim do seu verso,

Vivo a cada poesia desfrutando os versos do universo.

Oliveira Augusto
Enviado por Oliveira Augusto em 02/12/2022
Reeditado em 04/12/2022
Código do texto: T7662980
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