O poeta
Não há argumentos
Contra factos, diz o mendigo
Sem factos.
Com a lua na mão e sol no bolso
Rasgado, sentia-se o dono do mundo.
Da avareza sem tristeza
Queria que Universo fosse
Parte da minha realeza,
Do rei que governa
Com a mão dura, da prosperidade
Da manga dura, farme-ei de um
Príncipe sem armadura.
Dos destroços da alma viva
Renasço a cada piscar da lua
Na ausência do sol,
Procuro o respirar na alma nua
Dos oceanos.
Ressuscito a cada por do sol
Nas vésperas do inverno,
Sangro por dentro pelas
Feridas causadas pelas
Frases do poeta.
Nasce um poeta
No sofrimento das suas frases
Morrendo a cada fim do seu verso,
Vivo a cada poesia desfrutando os versos do universo.