O Perfume da minha Vizinha

Se beleza fosse pecado

ela não devia perdão,

alimento gritos de socorro no meu coração

quando ela passa até o vento disfarça,

alimenta ninho nos corações

dos menininhos da vizinhança.

Ao quarterão, do mendigo moribundo ao velho ancião, na véspera do verão,

fardada de macacão e os meninos no calçadão

a espera que ela passe.

Do murmurar do chão, aplaudindo os passos

afetivos dela, nada mais se compara a donzela.

Nos becos da mafala, sai ela bem temperada

Do sol escaldante, nada mais se compare ao brilho do diamante.

Do sussurrar do vento, que não respira ao ar lento acompanhando o aroma

deixada pela Paloma.

Que ruiva sempre que passa da zona,

Afinal, era só sonho dos meninos da zona

Amarados na capulana da vovozona,

E que voaram com o vento arrastando

O perfume da Paloma.

Oliveira Augusto
Enviado por Oliveira Augusto em 02/12/2022
Reeditado em 04/12/2022
Código do texto: T7662962
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