O Perfume da minha Vizinha
Se beleza fosse pecado
ela não devia perdão,
alimento gritos de socorro no meu coração
quando ela passa até o vento disfarça,
alimenta ninho nos corações
dos menininhos da vizinhança.
Ao quarterão, do mendigo moribundo ao velho ancião, na véspera do verão,
fardada de macacão e os meninos no calçadão
a espera que ela passe.
Do murmurar do chão, aplaudindo os passos
afetivos dela, nada mais se compara a donzela.
Nos becos da mafala, sai ela bem temperada
Do sol escaldante, nada mais se compare ao brilho do diamante.
Do sussurrar do vento, que não respira ao ar lento acompanhando o aroma
deixada pela Paloma.
Que ruiva sempre que passa da zona,
Afinal, era só sonho dos meninos da zona
Amarados na capulana da vovozona,
E que voaram com o vento arrastando
O perfume da Paloma.