MEU CORPO E O TEMPO

Eu, sempre tão indefeso aos pés da tua fúria

Sinto tua brisa dilacerante sobre meu corpo

Mais trezentos e sessenta e cinco dias de injúrias

O novo torna-se velho e o velho torna-se novo

Eu, que por tantas vezes acelero nossa simbiose

E fraquejo sempre ao notar tua sutil chegada

Mais trezentos e sessenta e cinco dias em transe

Uma luz que acende e uma outra que se apaga

E eu, decerto do fim de minhas auroras

Recebo-te aberto de braços e mente

Pois nada me resta senão o contento

E eu sei que, no fim da minha história

Sou como uma folha solitária, tão somente

A bailar no soprar dos teus ventos

23/11/2022

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 01/12/2022
Código do texto: T7662146
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