A ambiguidade do amor
A ambiguidade do amor
Há dias em que as sombras desenham estradas no meu rosto
Manchas sombrias caladas intercaladas com a luminosidade do sol exposto
O olhar da saudade rompe na face e voa no horizonte bonito da alvorada
Ecoa na minha profundidade o grito que te chama de uma voz que se mantém calada
Esta sobriedade a sós vem acompanhada de uma integridade e postura aparente
Ganha força e vontade aliada ao desejo e loucura que me invade a mente
Uma procura de ti numa liberdade desnorteada por um caminho sem roteiro
E se mistura com o amor de verdade que ultrapassa o destino e é sempre soalheiro
Mas a lucidez escapa pelo calor da paixão e me prende este lado emocional
Chama de repente a atenção que te tenho saboreado num silêncio carente musical
E vagueado por entre o tempo da ilusão contente e a perdição de nada saber afinal
Todos queremos um abraço de aconchego envolvente no espaço quente da vida de alguém
Um coração que descanse o sentimento noutro e uma mão na mão que seja companhia neste louco vai-vem
E eu tenho essa fantasia em exaltação contigo onde és o escolhido, somente tu e mais ninguém
Luísa Rafael
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Porto, Portugal