Barata Tonta

Reviro-me na cama.

A noite é uma criança,

Como barata tonta.

Desliza, rapidamente

Até o fundo do recipiente

O retorno ao bocal...

É lento, muito lento!

Emaranha-se toda

Sobre as próprias patas.

Apoia-se nos defeitos

Da superfície dos outros

E ao chegar...

Fica dando voltas

Sobre o ponto inicial

Para por fim admitir:

Retornou ao começo.

Olho no relógio,

E ainda são 3 horas!

Referência:

MALLMITH, Décio de Moura. Barata Tonta (Poesia). In Zero Hora, coluna Almanaque Gaúcho, ISBN: N/C. Porto Alegre/RS, nº 19.884, Ano 57, p. 40, 03/12/2020.