Rosas ao vento
Rosas ao vento
Tão puros e inocentes são estes botões que me olham
De rosas quentes fechadas em corações que se desfolham
Escondem encerradas as emoções dos amores e sentimentos que as fustigam
Adornadas de espinhos são dores nas mãos que as castigam
Erguem-se altivas e imponentes por entre as outras flores que as veneram
São coloridas e atractivas para os amantes que docemente as esperam
As pétalas abrem-se subtilmente para um sorriso que é o meu
Que numa vénia me debruço sobre elas e oculto o céu
E o orvalho que sacia a sua sede premente ao raiar das alvoradas
Acaricia a pele nua tecida de fibras numa corrente de frescuras perfumadas
Num toque carente a minha mão macia sente as texturas aveludadas
São ternuras de quem vive em ilusão e fantasia nas pétalas debruadas
Talvez um dia elas sejam entregues pela mão das magias da paixão
Por agora dançam alegres na sua nudez com as ventanias da solidão
Luísa Rafael
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Porto, Portugal