Escrevo noite adentro...
Escrevo noite adentro, silêncio
Sozinha, as mãos encontram-se, pensamentos...
São os gritos lá fora
Calam as bocas que roncam,
Nos freios bruscos da dor, do susto!
Valseia o peito em agonia.
É fria à noite, Senhor!
E dentro da noite escrevo...
Não grito a sensação maior.
É só silêncio a palpitar
Só ouço os meus pensamentos
Que cruzam e ecoam calados
No meio da noite, o calor,
Rebento a sede que mata
Os sonos malditos da dor.
Silêncio....!
E leio o que falo,
Escuto, apenas, meus fados,
Tristonhos, ferrados no sono.
Cansei?....
Escrevo noite adentro,
Silêncio!...
(6/01/ Helena Mahebas )