Bicho Homem que vive
na guerra interna, de quem
não aceita que é bicho
Mas que só ele come.
Um homem ocupa uma fila
de loteria, tentando cutucar o nariz
sem que o resto da tribo veja
mas sempre alguém vê.
Bicho homem
não aceita que
é bicho…
Bicho homem se senta,
corpo equilibrado em ressaca calado,
na pontinha do caminhão
a cara de sono que
ontem foi farra…
e agora é só vão.
Bicho homem
entregando cartas, encomendas
pernas constantes, insistentes e
recorrentes, sempre e sempre.
Um homem se senta num banco
tentando escrever poesias
sem que a tarefa acabe lhe
tirando a função que seria
Do ar… respirar.
Às mulheres sim…
Às mulheres não…
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Bicho homem casando
ontem, hoje e amanhã…
Prometendo…
Sala pequena “esquema”
que é: "só assinar o papel".
Prometendo…
Que vai ser agora, cavalo alado
quando não pode, nem mesmo
ser Lobisomem...
Às mulheres sim…
Às mulheres não…
Bicho homem tocando instrumento,
tristonho, mal-humorado, avarento
teve alguém por ali, no passado…
Mas agora, passou
como um vento...
Anos e anos aprendendo
tentando virar; vir a ser
um cavalo alado...
Mas é só Bicho
homem, mesmo.
Às mulheres sim…
Às mulheres não…
Bicho Homem que vive
na guerra interna, de quem
não aceita que é bicho
Mas que só ele come.