ENQUANTO CORPO.
Do corpo
Que me veste
Pouco sou.
Tampouco estou.
Por ora,
Sou folha; papel e tinta
Por onde passeia um sentir
Que se derrama num existir.
Além-pautas, teclas, dígitos...
Num delírio de mim mesma.
Nitidamente, cerra-se
Na claridade
Por onde minh'alma se perde,
Dulcíssima presença
Entre o concreto e o abstrato
A matéria e a essência
O desejo e o sentimento
Trancados na escrita.
Em versos infames
Resplandecem em esperas
As dores insofridas
Por ora, enquanto corpo.
Elenice Bastos.