Voo errante
Errante fui e sou cada vez mais
Errei em ir em frente
Erraste absurdamente
Errante fomos nós
Que nos separamos
Na fome louca de um Albatroz.
Meu caminho foi paralelo ao seu
E nada, nunca nos uniu
Erraria, novamente agora
Num horizonte aberto, nessa atmosfera
Evitaria traçar a reta
Que levaria nossas agonias
Em semirreta ou pontos de cruz.
Matei o que de bom havia
Assassinaste meu sonho, Cotovia.
Voaste raso e bateste no monte,
Voei mais alto e tropecei na dor!
Senti profundo a dor doer.
Morreu o Albatroz,
Sumiu a Cotovia!
(1985/ Helena Mahebas)