#lucindamartins Fiz-me pequenina

simplesmente do tamanho de uma pétala que é levada pelo vento que rola entre as calçadas da minha cidade...passo despercebida e me encontro aos pés de um beija flor que me pega em seu bico e então percebo em seus pequeninos olhos, refletido a vontade que ele tem de se envolver pelo frescor da tarde e, assim decido libertar-me...Mas como me desprender se não tenho braços, nem pernas? De repente me vejo solta no ar, é que o pequenino passarinho havia visto uma bela flor e aí me deixou e foi até ela sorver o néctar que existe nela...Solta no ar caio no chão batido e então sem saber como sinto uma leve mão me levantar e aí vejo os olhos mais belos...são olhos que transmitem um Amor tão puro que me faz enrubescer de emoção...os olhos desse ser que se chama criança, me faz entender o quanto é doce o sentimento que vem desse jovem coração que me faz reviver momentos de quando eu imaginava estar apaixonada pelo menino mais belo que meus olhos tinham visto até então...Assim, passam-se os minutos e sem mais poder ficar do tamanho da pétala volto ao estado normal e me vejo da forma que sou: um ser adulto que de vez em quando, procura se imaginar ainda pequenina ou que procura estar em outros corpos, porém, com a mesma Alma que em mim passeia e fica enquanto vida tiver e puder sonhar...

(27/11/2014)

Raimunda Lucinda Martins / Palavras e pensamentos de uma peregrina