Horizonte
As palavras eram como espadas
E as espadas eram leves e afiadas...
Faziam cócegas e furavam,
Alisavam e perfuravam,
Faziam carícias e arranhavam,
Cortavam com ternura!
Numa taça ofereciam cicuta
E na outra o antídoto.
Eram inúmeros os momentos frívolos
E incontáveis os essenciais...
Por isso, para se ter os dias de paz ,
São necessários os dias de guerra!
E, por vezes, uma cratera ,
É menor que um mísero furo.
É preciso pular o muro
Ou tentar atravessar a ponte?
O que há além de horizonte?
O desconhecido assusta ,
Mas ficar imóvel não basta!
É preciso se deixar levar
Pela água que arrasta
E pela incansável busca.
É preciso mais que lutar
Porque a luta tem suas agruras
E nem sempre termina em vitória...
Mas acaba fazendo parte da história,
Pois a vida é feita de doçuras e amarguras
Cujas tintas pintam a parede da memória
E podem ser a doença ou a cura ...