Vem, vem sem medo
Vem
Vem sem medo
Não sentes
Em segredo
O perfume
Que me tinge
O peito desolado
Num lume
Aceso
Apaixonado
Que não finge
E está apenas
Calado?
Vem
Vem sem medo
Envolver
O teu coração
Neste enredo
Desperto
De emoção
E desejo
Neste meu deserto
Solitário
Que te chama
Num sopro de pétalas
Em forma de beijo
Que voam
Serenas
De cor
Fogosa
Que lançam essência
De candura
De rosa
Vermelha
E quente
Com a textura
Sedosa
Do meu amor
Carente
Vem
Vem sem medo
Responde
A este meu apelo
De uma boca
Louca
Que grita o sentimento
Ao vento
Cortante
Do gelo
Que passa
E me chicoteia
E envolve
Que me enleia
E me abraça
E apenas me devolve
Uma forte
Saudade
Livre
Entregue à sua sorte
Da tua presença
Ao meu lado
Como se a sentença
Da minha vontade
Fosse pecado!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal