SENSO COMUM
Eu, que já não sei o que sinto,
o que quero, penso,
ou espero,
ainda considero perfeito
meu juízo precário
e o brilho quase divino das autoridades.
Ainda sei que o mundo existe,
apesar da nossa pouca realidade.
Pouco importa o caos social,
a angústia existencial,
a vida segue normal
e cabe numa bolha de informação.
Não há verdade fora da civilização.
Mesmo que um dia ela nos leve a extinção.
Tenha fé no hoje e siga com outros,
morra sozinho amanhã.