testamento

Um tempo de luz

Um tempo de quê

Um tempo

nada mais

apenas um tempo

Eis que o velho

cansado e camihante

nada mais desejava

apenas seguir

era sua vontade

Na estrada longa

passos curtos

e pensamento no silêncio

de si, o homem pouco dizia

nada mais

nada mais que seguir

assim foi

Seguiu como se fosse

a última coisa a ser feita

Fez da sua vida

sua estrada e sua morada

Não deixou filhos

Porque filho ele já era

E pai

também não quis

O seu foi embora

estrada á frente

sonhos pra trás

filhos, pra trás

Assim foi sua vida

de menino sem pai

se fez homem

seguiu

não deixará filhos

Nunca teve pai