Porque pulsas meu doce coração
Porque pulsas
Meu doce coração
Num ritmo
Enlouquecido
Perdido
No aconchego
Da minha mão
Que te aquece
O vazio
Da solidão
Cantas
Saudade
Declamas
Poemas
Com a tua voz
Suave
E discreta
Que percorre
O meu corpo
Como a lava
Incandescente
De um vulcão
Em erupção
Que se arrasta
Secretamente
E queima
De emoção
Só tu sabes
Meu amor
E eu também
Como lá entraste
Com um beijo
Prometido
Em toques de buquê
Florido
Nos meus lábios
Vermelho vivo
Que incendiaste
Num arrepio
E numa magia
Sentimental
Chegaste
Fizeste moradia
Um habitáculo
Receptivo
À nossa união
Num receptáculo
De pétalas
Um leito
De amor
Para um cálice
Em flor
Aberto
Para ti
E onde vivo
E agora
Está deserto
Com uma sonoridade
Silenciosa
Uma dor
Harmoniosa
De espera
Uma vitalidade
Adormecida
Descompassada
Um eco
Que se solta
Para a atmosfera
Em suspiros
Prementes
De desejo
Anseios
Incompreendidos
Que nem eu sei
Se sentes
E que não vejo
Mas sinto
No meu labirinto
De receios
E fantasia
Que o sentimento
Me traz
Que um dia
Virás!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal