A mistura das Vargens
Ventura!
Quando em duas Vargens há mistura
O poeta e o compositor
Ambos a falar de amor
E vão pra avenida desfilar
Se aculturam do povo do samba
A nobre raiz do lugar
O quilombola há de ser feliz
Com a ascensão da sua escola
E traz na história o seu enredo
E a ventura do povo negro
Que não precisa da tecnologia
Das fibras do fundo do mar
Nem dos drones da má riqueza
Que ficam expostos no ar
E vem o gavião e a gaivota
A derrubar quem quer nos vigiar
Somos o coracão da mata atlântica
Que beira o mar e de paisagem romântica
E atrás da selva de pedra surge a lua cheia
Que é bonita demais
Anunciando o caminho do céu
É a história dos nossos ancestrais
O sol ilumina a nossa musa
E nos oferece felicidade e prazer
É o sinonimo da fertilidade
É espaço no campo para dar e vender
Eu " Tô na boa"
Comendo um risoto de camarão
E bebendo uma cerveja
Pra comemorar a nossa libertação
O ventre é livre lá no topo da mata
Nascem negros sem correntes e sem chibatas
Não há grito de socorro
O que se ouve é o ritual da emancipação
E o sacerdote de Mont Serrat
Sobe a serra pra mão do Preto Velho beijar
Que come o pão oferecido a nos mostrar
O que é cultura popular