Recados de amor
Recados de amor
Escrevo apenas lembretes de rimas nas serenas letras que se inspiram para mim
São ramalhetes de poemas que florescem e suspiram no meu jardim
Dedico aos meus olhos como bilhetes de um amor sentido e correspondido
Que respondo com o calor da solidão como se fosse realmente vivido
A imaginação é profícua salpicada de emoção e iludidas verdades
A paixão é despida e oferecida com palavras aquecidas de realidades
Nem eu própria sei se perfumo o ambiente com a ilusão do que sinto
Ou se é puro sentimento em explosão de uma semente e o que digo não minto
Sei que te é dedicada com toda a pureza inocente que aflora no desejo
Como quem quase namora e por medo de ser preterida não arrisca o beijo
A única ousadia permitida em que a timidez se revela súbitamente num lampejo
Uma nudez em que me entrego docemente em segredo só poderia ser a poesia
Talvez nem leias a magia que advém deste silêncio envergonhado
Provavelmente passeias pelo meu sentimento tal como o vento me passa ao lado
Luísa Rafael
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Porto, Portugal