Soneto da essência do Natal
Soneto da essência do Natal
Existem iluminações majestosas que desfilam pelas ruas nos seus vagares
Recantos de solidões embaraçosas tão nuas que são sombras nos lugares
Prantos de lágrimas copiosas que gotejam nos passos apressados das multidões
Compras ruidosas que se desejam com laços apertados e embrulhados de ilusões
São os caminhos calcorreados pelos pés em marchas contrastantes
Destinos ofertados pela sina através do tempo compassado em instantes
Balanços entre a alegria da emoção e sentimento angustiado de dor
Num Natal de magia para todos sem excepção onde o momento enaltece o Amor
Natal oferece um olhar perfeito e meticuloso com particular sensibilidade
Um peito aberto caloroso que aconchegue o sofrimento da Humanidade
Uma paragem no tempo que sossegue o coração e abrace a saudade
Uma mão num aperto solidário que leve o alimento da fraternidade
Natal só existe quando em consciência sentimos a felicidade de um irmão
Se lhe corre uma lágrima triste, na essência não é Natal, não!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal