Verbo perfumado
quando o rio desbundar
deixar tocar nossa música até
arranhar o teto da sala
defuma o pensamento
prepara o copo pro vinho
enche o vestido de sensações
põe cheiro na camisola
desfaça o cabelo
jogue o chinelo fora
ressuscita o quarto
estreia essa saudade
arme os perigos
troque os lençóis
despenca as flores
do silêncio do vaso
larga a vida no sofá
atina para o perfume
repentino do portão se abrindo
seu telefone vai tocar
na mesma hora