Caminhos de pétalas caídas
Caminhos de pétalas caídas
Vou descansando as minhas esperas no perfume que a Vida me oferece
Vagando entre quimeras e desfrutando a floração colorida que o amor enaltece
Tudo é precioso caminhando no jardim verdejante das Primaveras da paixão
Alivia o semblante este harmonioso instante em que a visão parte do coração
As horas da ilusão vão despetalando nos seus vagares e adormecendo no chão
Como pétalas piedosas observadas pelos meus olhares e cedendo à hesitação
Formam-se tapetes de emoção nas estradas errantes e caladas entregues às ventanias
Sopros da estação com leves ambiguidades entre a desilusão e as delirantes fantasias
E as pétalas magoadas ficam enrugadas no seu tecido de cetim
Afastadas do seu cálice entristecido e atordoadas pelas ruas sem fim
É assim que me sinto neste amor desprendido em sincopadas vagas de alento
Como pétalas cansadas encostadas num recanto à mercê da chuva e do vento
Mas se fores chuva ou vento num temporal tumultuoso de amor e encanto
Eu cá estou desabrigada e nua para ti aberta à tua ventania ou chuvada num pranto
Luísa Rafael
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Porto, Portugal