Tudo será olvido
Já cruzei tantas vezes essas mesmas esquinas
Que nem consigo mais encarar tais vistas.
Tudo e todos estão tão próximos e tão distantes...
A poeira desse chão, tão duro e imperdoável,
O qual não consegue tocar as estrelas errantes,
Tudo já faz parte dessa argila aquilina
Onde vivem os papiros de meu passado,
(Este Tempo, que se esfuma, sem nada ter decifrado).
Existiu, quiçá, na escuridão uma afiada espada,
Ou, quem sabe, uma rosa amorosa. Entretecidas
Sombras ocultam-nas, hoje, em suas ressentidas guaridas.
Afinal, as cinzas são tudo que nos está destinado. Mais nada!
De todas as máculas e máscaras de que seremos absolvidos
Seremos na Morte meras fotos, lutas, paixões, tudo será olvido!