maria
ela pegava
o mesmo ônibus
que o meu
voltando pra casa
como se nada
nem o mundo
que você tanto fala
mesmas sílabas
do seu nome
depois um silêncio
quando para
e simplesmente uma vida
diante daqueles segundos
me passava
numa curva
seu cabelo voa
como se soubesse
a distância
que sua voz ecoa
você
ser humano
humana
como pessoa
que costuma ficar atoa
num domingo à tarde
se foi
num ato covarde
lembrando
não sentindo falta
daquilo que arde
pensando demais
te chamo
saudade.