CATÁSTROFE
Velocidade atônita na estrada obscura,
Uma escuridão macambúzia das trevas,
Um silêncio devorador de ferir o espírito
E um frio aterrorizante de eriçar cabelos.
Eis a fotografia de uma rodovia solitária
De uma madrugada macabra, sem chuva.
Um céu sem estrelas, uma lua sem brilho.
Intensas florestas às margens da autopista,
Ventos que uivam sobre a natureza morta,
Um carro imprevidente sobraçando o nada.
De repente no tempo surdo surgem ruídos,
Aguçado estampido... Quebra-se a morbidez
Da noite. O sangue lateja no asfalto gelado
E vísceras se espalham nas veredas funestas
Anunciando que a morte novamente se fez.
DE Ivan de Oliveira Melo