JOÃO FEDERICO M.
Leio, à sombra da memória,
Temerosa história de João Federico M.
De seu cavalo enorme
Com duros cascos a ressoar os Sinos...
Seu queixo cinza de cobre
As mãos apagadas de sangue
Seus olhos - os meus - me rondam
Cheios de fúria de homem!
Cavalga no mistério
O guardião de labirintos
Com foice empunhada
Desde a criação dos princípios!
E morre no mar do tempo
João Federico M. e seu cavalo
Fruto do medo e da noite
Que assombra a humanidade!
E revive do silêncio
No coração que se cala
Quando escuta a fria hora
Apunhalando o sentimento!