A roupa dos ausentes
naquela rua tem um portão
que chora, rasga seus demônios
derrama toda lágrima morta
desperta o cheiro repentino
de tristeza e sal
caindo no asfalto ainda quente
sangram a alma das mães
revirando o futuro
seus mortos, seus túmulos
por isso irmão
os fantasmas emudeceram
por vezes, descanso
não tem descanso
ou consolo
não faço caso irmão
logo vem a noite e cobrirá
a pobreza, o desmantelo
nessa rua que me atravessa
sou eu a flor no canhão
Deus? saiu para chorar