A roupa dos ausentes

naquela rua tem um portão

que chora, rasga seus demônios

derrama toda lágrima morta

desperta o cheiro repentino

de tristeza e sal

caindo no asfalto ainda quente

sangram a alma das mães

revirando o futuro

seus mortos, seus túmulos

por isso irmão

os fantasmas emudeceram

por vezes, descanso

não tem descanso

ou consolo

não faço caso irmão

logo vem a noite e cobrirá

a pobreza, o desmantelo

nessa rua que me atravessa

sou eu a flor no canhão

Deus? saiu para chorar

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 17/11/2022
Reeditado em 03/01/2023
Código do texto: T7652265
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