Janelas do meu olhar
Janelas do meu olhar
Tantas janelas que sorriram para o meu pensamento
Em caixilhos de madeiras desbotados pelo tempo
Olhos de poeiras debruçados na limpidez dos vidros
Desabafos arrastados para a surdez de quem não tem ouvidos
Memórias com a cores cinzentas turvas e mal delineadas
Horas lentas tão intensamente puras e sonhadas
Chuvas em bátegas que beijavam a solidão dos terrenos
Sombras paradas por entre a vegetação em descansos serenos
Esperas de amores prometidos que até os via em delírios
Primaveras de tons coloridos de esperançosos cenários
Sons abafados dos exteriores misturados com os meus solitários
Silêncios ruidosos contemplativos num murmurinho que ainda me habita
E repousam o sentimento numa linha contínua com liberdade infinita
Onde voo nua com suavidade nas asas do que alma suscita
Luísa Rafael
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Porto, Portugal