Janelas do meu olhar

Janelas do meu olhar

Tantas janelas que sorriram para o meu pensamento

Em caixilhos de madeiras desbotados pelo tempo

Olhos de poeiras debruçados na limpidez dos vidros

Desabafos arrastados para a surdez de quem não tem ouvidos

Memórias com a cores cinzentas turvas e mal delineadas

Horas lentas tão intensamente puras e sonhadas

Chuvas em bátegas que beijavam a solidão dos terrenos

Sombras paradas por entre a vegetação em descansos serenos

Esperas de amores prometidos que até os via em delírios

Primaveras de tons coloridos de esperançosos cenários

Sons abafados dos exteriores misturados com os meus solitários

Silêncios ruidosos contemplativos num murmurinho que ainda me habita

E repousam o sentimento numa linha contínua com liberdade infinita

Onde voo nua com suavidade nas asas do que alma suscita

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 17/11/2022
Código do texto: T7651682
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