JARDIM DAS CRUZES (Só assim nos tornamos iguais)
A triste sina
A vida ensina .
Os que andam descalço
Dormem na calçada
O cheiro da fome
Consome.
O cardápio do dia
É a mesma desgraça
Rostos sem graça.
Sufocando o destino,
Pobres almas em desatino.
As portas do jardim das cruzes
Se abrem e sugam;
A fome
A desgraça
A vida sem graça.
Um novo lar, sem divisões.
Crianças, jovens, adultos, velhos
Moreno, branco, negro, pardo, mestiço.
Todos agora vivem juntos.
Só assim nos tornamos
Iguais.