Rosa do gueto
quando eu morrer
vou escurecer a casa
deixar cair os brincos
o medo vai mudar de lado
com um martini nas mãos
prefiro purpurina
aquela vírgula que faltava
sem que o sujeito perceba
dá o ar de ser uma boa garota
vou achar uns trocados
deixar confissões
pelos vestidos
uma sandália vazia
o dever de casa intacto
se depois disso chover
meus demônios vão dançar
o esquecimento que serei
como se estivesse
um pouco viva