Aleteia

Vã verdade apetece-me,

palpita com sede o vinho,

deságua a mentira inebrie

com a doçura do amor tinto.

Procuro-te com a polidez,

a retumbância de um diamante

escondida dos olhos e da surdez,

ouço-te na penumbra sensatez.

Sem vos nada queremos.

Se morta estiveres, findaremos.

Enterremos e lamentemos,

e as verdades, mentiremos.

pt.2:

Estive procurando, quando pensei em achar,

novamente me enganei.

Sobre o véu da ilusão lá, escondida, está.

Vedas, ascetas e irmãos todos contigo e com

Allah.

A Verdade é sagrada e a mentira é

tramada.

pt.3:

A humanidade sempre lutou por ela, mesmo falhando miseravelmente.

No cálice ela bebeu sangue.

Sangue esse derramado por sacrifícios ou cruzes quebradas; violência e ódio ao próximo nos anais da raça humana.

Desde Homero a Fernando Pessoa

a poesia metrificou-se em dor;

talvez o melhor soneto seja a morte,

a mais presente das deusas poéticas.

Enquanto a Verdade ser um instrumento,

nossa espécie não evoluirá.

Pelo contrário: a seleção será parcial e não mais natural.

Darwin e Camões erraram,

se somos amores ardendo sem se ver,

nossos instintos rudimentarizaram

o mal a prevalecer.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 14/11/2022
Código do texto: T7649610
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