Sem resposta
Sem resposta
O dia tem a cor harmoniosa da minha pele de uma lividez perolada
A alma na sua nudez desmaiada ao sol ténue do calor da madrugada
A sedosa tez abraçada pela suavidade adoçada da solidão
A insensatez da saudade que perturba a apatia na estrada apressada da imaginação
Tudo é lento nesta anestesia arrastada subitamente atropelada pelo pensamento
A parede decorada pela ilusão dos olhos raiados de sentimento
Uma sede insaciável que te procura na inquietude de um vazio triste
Pela rua infindável do tempo com uma finitude que é limitada e existe
Porque é que a distância não esbateu o que não começou?
Porque é que o amor cresceu no deserto que sobrou?
Porque é que sempre divago por entre o silêncio que é meu e que te dou?
Porque é que carrego o fado com a lágrima que tanto chorou?
Porque é que te procuro no recanto onde o meu coração te encontrou?
Porque é que te levo com paixão para onde vou e te entrego o melhor do que sou?
Luísa Rafael
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Porto, Portugal