Sem resposta

Sem resposta

O dia tem a cor harmoniosa da minha pele de uma lividez perolada

A alma na sua nudez desmaiada ao sol ténue do calor da madrugada

A sedosa tez abraçada pela suavidade adoçada da solidão

A insensatez da saudade que perturba a apatia na estrada apressada da imaginação

Tudo é lento nesta anestesia arrastada subitamente atropelada pelo pensamento

A parede decorada pela ilusão dos olhos raiados de sentimento

Uma sede insaciável que te procura na inquietude de um vazio triste

Pela rua infindável do tempo com uma finitude que é limitada e existe

Porque é que a distância não esbateu o que não começou?

Porque é que o amor cresceu no deserto que sobrou?

Porque é que sempre divago por entre o silêncio que é meu e que te dou?

Porque é que carrego o fado com a lágrima que tanto chorou?

Porque é que te procuro no recanto onde o meu coração te encontrou?

Porque é que te levo com paixão para onde vou e te entrego o melhor do que sou?

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 14/11/2022
Código do texto: T7649333
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