NÃO ESPEREM CONDOLÊNCIAS

Os crápulas não mandam condolências, não se enganem.
Não esperem na espera vã.
Ainda que imitem doentes em seu mimetismo,
isso não é empatia, é indiferença.

 

Os sacripantas não têm pranto a enxugar.
A dor? Que doa em quem doer.
Não se terceiriza o fardo.
O infortúnio dos outros é força maior.

 

Quem ri por último por ora ri por dor.
Com a saudade dos que partiram.
Com a omissão de quem ficou
no delírio verde-amarelo.

 

Os ressentidos elaboram a própria virtude.
Eles por si, ninguém por ninguém.
Há um abraço inconcluso numa tumba no chão.
As condolências nunca vieram.
Jamais virão.

Landro Oviedo
Enviado por Landro Oviedo em 11/11/2022
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