NÃO ESPEREM CONDOLÊNCIAS
Os crápulas não mandam condolências, não se enganem.
Não esperem na espera vã.
Ainda que imitem doentes em seu mimetismo,
isso não é empatia, é indiferença.
Os sacripantas não têm pranto a enxugar.
A dor? Que doa em quem doer.
Não se terceiriza o fardo.
O infortúnio dos outros é força maior.
Quem ri por último por ora ri por dor.
Com a saudade dos que partiram.
Com a omissão de quem ficou
no delírio verde-amarelo.
Os ressentidos elaboram a própria virtude.
Eles por si, ninguém por ninguém.
Há um abraço inconcluso numa tumba no chão.
As condolências nunca vieram.
Jamais virão.