AGONIA
À deriva, o barco à mercê do leme,
O farol da vida, aceso, segue o lume,
O sol se escondendo atrás do cume,
E o brilho de outrora, no medo, some.
Solidão da vida, ao mar o medo,
Destino em punho traçado enredo,
De dia, de noite; tarde ou cedo,
Ou enfrenta o fardo ou arrisca a nado.
No frio e na justa dor, a fome,
E no calor do medo, treme,
A trama do drama do leme,
Não havendo quem o ouça ou acene.
E de fome tanta,
Um mergulho atento,
Espanto tanto,
Onde a voz exclama:
Acordei-me, caí da cama!
Ênio Azevedo
Zé Doca - MA.