Foi assim que te recebi

Foi assim

Que te recebi

Abri

A porta

Da minha interioridade

De talha dourada

Trabalhada

Numa riqueza

De simplicidade

Despida

De vaidade

Vestida

Com as transparências

Da pureza

Que seduz

E perdi-me

No teu olhar

No raiar

De luz

Que dele saía

Como faróis

Na minha alma

Sombria

Com cristais

De fragilidade

Que tilintavam

A melodia

Da felicidade

E os sois

Das alvoradas

Aqueciam

Os nossos corpos

Enlaçados

Adormecidos

E cansados

Nas estrelas

Do firmamento

Deitados

Com a tua mão

Na minha

De dedos delicados

E apaixonados

Nas insónias

Da nossa alquimia

Mal eu sabia

Que aquele dia

Que tanto imaginei

Nos delírios

Dos meus sonhos

De desejos

Chegaria

Sob a forma

De beijos

Com a tua entrada

Como entra a Primavera

De rompante

Na mudança

Da Estação

Numa chegada

Estonteante

E abriria

O meu coração

Doce mel

Fazendo dele papel

Para escrever

A nossa poesia!

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 11/11/2022
Código do texto: T7647566
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